A Racionalidade do Ajuste Atualizado dos Preços dos Combustíveis: Uma Necessidade Económica ou Estrutural?
A recente atualização dos preços dos combustíveis em Angola reflete o esforço do governo para reduzir o peso dos subsídios no orçamento, alinhando-se com os preços internacionais e liberando recursos para necessidades sociais. Contudo, essa medida, embora economicamente justificável, traz desafios inflacionários. Dados indicam que um aumento de 1% nos preços da gasolina e gasóleo eleva a inflação em 0,0735%, pressionando o custo de vida.
A reforma dos subsídios, gradual e necessária, visa aliviar o fisco, mas exige políticas complementares. No curto prazo, medidas diretas—como subsidiar a cesta básica—podem mitigar impactos sociais. No longo prazo, investir em infraestruturas, como refinarias locais via parcerias público-privadas, reduzirá a dependência de importações e fortalecerá a autonomia energética.
A racionalidade da política está clara, mas sua eficácia dependerá de uma abordagem multidimensional que equilibre ajuste fiscal, proteção social e desenvolvimento estrutural. Angola precisa transformar essa reforma em uma oportunidade para crescimento sustentável, evitando que a população mais vulnerável pague o preço da transição.
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