Que benefícios econômicos o setor aéreo e o consumidor angolano teriam com a fusão TAAG-TAP?
A TAP, em função das médias anuais de prejuízos apresentadas, vem gerando cada vez menos acréscimos ao seu valor patrimônial líquido anual.
A TAP, em função das médias anuais de prejuízos apresentadas, vem gerando cada vez menos acréscimos ao seu valor patrimônial líquido anual.
A TAAG, empresa de capacidade operacional menor, apresenta custos subsidiados pelo governo,embora tenha gerado lucros "nominais" expressivos, deteria uma proporção inferior nas receitas geradas pela fusão. Por apresentar margens de contribuição inferiores as da TAP, o que implica dizer que, a retirada dos subsídios Estatais sobre os custos operacionais da TAAG, desmonstrariam lucros reais inferiores aos "supostos" , ou até mesmo prejuízos expressivos não esperados. Desta forma, a TAAG participaria da fusão auferindo menores ganhos na partilha das receitas. Tal situação, justificaria-se pelos custos "reais" maquiados via subsídios dada a tendência da companhia apresentar prejuízos operacionais ao longo do tempo. Uma fusão entre a TAAG e TAP em pouco sortiria em "mais valia" para o setor aéreo angolano.
O processo de fusão implicará para as duas empresas, a assumirem obrigações trabalhistas de exercícios anteriores levando a deduzir, a inexistencia de resultados positivos do ponto de vista do consumidor. As passagens aereas continuarão caras, não acompanhadas em melhorias significativas dos serviços, levando a crer que a estratégia fusão implicará somente em aproveitamento do potencial de consumo no mercado angolano, além de promover o 'desafogamento' da companhia portuguesa.
Portanto, a tendência aos preços elevados tendem a se manter. A ausência de diferenciação de preços por segmentos e classes de consumo não estarão expressos em diferenciação de preços. Portanto, benefícios esperados, como serviços baseados na diferenciação por segmentos de renda, e serviços específicos como os de férias e excursões poderão não apresentar-se como novidades para o mercado, dada inexistência de competição no setor angolano. Teríamos ainda um setor monopolizado, porém como uma gestão diferente da atual.
A inexistência de tais estratégias como as da redução de preços e o uso de técnicas de diferenciação por segmentos, levam a maior facilidade e atendimento personalizado a determinados grupos de consumidores entre faixas de rendas distintas.
Porém, esforços para abosorção de nichos de mercado via customização e segmentação, dificilmente serão implementados no primeiro momento, devido ao fato de serem duas empresas públicas, tornando o mercado atrativo para novos entrantes, principalmente os que atuam em segmentos diferenciados e tipicamente privados.
Se considerar uma análise do BREAK EVEN POINT (ponto de equilíbrio- indicativo de lucro máximo) de cada companhia (TAAG E TAP), ficaría evidente qual empresa mandará no bolo da receita gerada pela fusão, confirmada pela maior margem de contribuição e maior operacionalidade das rotas/escalas operacionais em relação a Taag.
A empresa angolana por enfrentar ausência de concorrência, a torna imune a comparações com prováveis players locais,devido ao porte, escala e dimensão, o que a torna monopolista dos serviços aéreos no mercado angolano pela capacidade em poder 'ditar' preços dos serviços sem qualquer concorrência ameaçadora. A verdadeira margem de contribuição serviços permanecem desconhecidas, sendo difícil 'auferir' quantitativamente qual seria o "peso" da Taag nas receitas auferidas com a fusão, além de qual a verdadeira capacidade de mudanças dada a nova realidade.
Naturalmente a TAP por apresentar uma margem de contribuição conhecida e relativamente superior, apresenta-se como a maior favorecida na negociação, podendo se transformar facilmente em líder dominadora na gestão da estratégia pela produtividade, escalas. Além da maior eficiência na gestão de custos e melhores resultados comparativamente a Taag, a TAP poderá ditar as regras do jogo no mercado angolano, tornando-se numa excelente alternativa para a melhoria do posicionamento atual de caixa atualmente em dificuldades.
De modo geral o benefício maior se daria para as contas públicas portuguesas, através dos lucros expressos em cada final exercício anual vai mercado angolano, justificado na 'potencialização' e/ou amplificação das rotas, redução de custos dada pelas economias de escala externas e internas, e pela eficiência marginal do capital expressa no retorno do capital investido.
Por sua vez o maior benefício do consumidor angolano, poderia estar expresso na melhoria dos serviços prestados, se comparados aos atuais da TAAG, porém, inferiores ao verificado no mercado mundial ao potencial de " sinergia" dado ao setor, se comparado as potenciais empresas mundiais líderes interessadas no mercado angolano.
A transferência de KNOW-HOW se apresenta como principal fator de benefícios para o setor aéreo em si, porém não traduzido imediatamente em preços competitivos na manutenção e treinamento operacional no mercado angolano, devido aos custos elevados a incorrer com Marketing de serviços no posicionamento da empresa. Todo o processo demandaria tempo e mão de obra nacional qualificada ate atingir-se os feitos desejados, para operar como plantas mas eficientes, geralmente dotadas de alto complexidade tecnológica, que no meu ponto de vista poderia se traduzir em fortes necessidades de investimentos em educação e treinamento não contemplados no orçamento público.
De modo geral, o que efetivamente indica como solução para a fusão, é o modo como a gestão da crise que a companhia angolana atravessou durou para ser superada, sendo expressiva a forma como foi apoiada pela TAP e demais companhias para o cumprimento e extensão dos serviços por todo o continente dada determinações da IATA, surgindo daí a idéia de fusão para entre as companhias, como forma de superação da barreira imposta pela organização.
É importante citar de forma ilustrativa que a Tap se comparados ao setor mundial, apresenta ineficiências expressa na baixa qualidade dos serviços na produtividade na inovação dos procedimentos de comparado aos grandes PLAYERS mundiais. Este ponto mostra a ausência de sinergia positivas consideráveis e amplificadas em escalas surpreendentes para setor angolano em geral carecendo de apresentar vantagens expressivas que o mercado angolano carece no momento. Essa limitação pode ser entendida na observação da composição dos custos fixos e variáveis e margens de contribuição somadas na fusão entre ambas, ou seja, não surtirão em sinergia com diferencial expressivo para o mercado da região austral (vide mercado sul africano).
Portanto, a concretização da estratégia de fusão levaria ao estado Angolano "redimir-se" pela perda de rendimentos com a companhia, apenas mudando a sua posição de patrono estatal, para acionista de proporções inferiores, pelo "desacobertamento" aos custos subsidiados ,tranformando-o num acionista minoritário, o que me parece não se constituir numa alternativa factível do ponto de vista estratégico atual do Estado angolano se observado suas recentes intervenções no setor.
Nota-se uma grande preocupação do Estato em reposicionar a companhia a um patamar de serviços de qualidade abrangentes e direcionadas ao consumidor, as ações pela tentativa de serviços de customização via atendimento online, o que demonstra a tentativa de manutenção da gestão centralizada no setor público, mas direcionada as necessidades do consumidor.
Para TAP mas uma vez, seria um bom negócio pela oportunidade de ampliação e diversificação da composição do capital via fusão, que pode se traduzir em um fator amais de eliminação do risco sistêmico da companhia portuguesa nos serviços prestados ao mercado angolano, diferente de outras regiões em que atua.
A ampliação dos lucros da Tap com a fusão dar-se-ia via aumento nas operações, inibiria qualquer oportunidade de empresas angolanas menores atuarem em segmentos de serviços correlacionados, em detrimento do aumento decrescente de empregos diretos e indiretos, em função das estratégias se apresentarem com maximizadoras de lucros e minimizadoras de custos,demandando pessoal altamente qualificado aptos a assumir funções variadas, reduzindo drasticamente o número de empregos gerados.
De modo geral uma estratégia de fusão entre a TAAG e TAP, carece de se mostrar "eficiente" do ponto de vista econômico e financeiro, devido a existência de melhores opções no mercado mundial, que ofereceriam qualidade de serviços minimizadores de custos (sem necessidade de subsídios) em curto espaço de tempo, além do aparecimento de serviços equiparáveis aos serviços mundiais através da adoção de melhores práticas de segurança conforme regras da IATA . Porém, no meu ponto de vista a abertura gradual a concorrência para segmentos de rotas menores, o fomento para geração de oportunidades em segmentos correlacionados , poderia ser uma alternativa para o desenvolvimento e o aparecimento de novos players no mercado interno angolano, não descartando a necessidade de fortes investimentos por parte do estado na remodelação do setor habilitando serviços internacionais para novas companhias nacionais futuros mediante desempenho e abertura a concorrência, e conseqüente incentivo a ampliação da diversidade de serviços. Uma forma para o começo deste objetivo seria a criação de "marcas" nacionais leiloadas para empresas que apresentam altos investimentos de capital, ou abrir programas de financiamentos e facilidades na aquisição de máquinas e equipamentos pesados para o empresariado nacional, parte delas capitalizadas em bolsa de valores em alguns casos e 'ancoradas' financeiramente ao Estado como forma de dar credibilidade aos investimentos no mercado além de servir como fator de diversificação do risco sistêmico temporário, sendo importante tais empresas serem regidas por executivos profissionais e gestores financeiros e econômicos independentes.
Obrigado.
Paulo Jorge Burity - Economista
55 31 99413136
O processo de fusão implicará para as duas empresas, a assumirem obrigações trabalhistas de exercícios anteriores levando a deduzir, a inexistencia de resultados positivos do ponto de vista do consumidor. As passagens aereas continuarão caras, não acompanhadas em melhorias significativas dos serviços, levando a crer que a estratégia fusão implicará somente em aproveitamento do potencial de consumo no mercado angolano, além de promover o 'desafogamento' da companhia portuguesa.
Portanto, a tendência aos preços elevados tendem a se manter. A ausência de diferenciação de preços por segmentos e classes de consumo não estarão expressos em diferenciação de preços. Portanto, benefícios esperados, como serviços baseados na diferenciação por segmentos de renda, e serviços específicos como os de férias e excursões poderão não apresentar-se como novidades para o mercado, dada inexistência de competição no setor angolano. Teríamos ainda um setor monopolizado, porém como uma gestão diferente da atual.
A inexistência de tais estratégias como as da redução de preços e o uso de técnicas de diferenciação por segmentos, levam a maior facilidade e atendimento personalizado a determinados grupos de consumidores entre faixas de rendas distintas.
Porém, esforços para abosorção de nichos de mercado via customização e segmentação, dificilmente serão implementados no primeiro momento, devido ao fato de serem duas empresas públicas, tornando o mercado atrativo para novos entrantes, principalmente os que atuam em segmentos diferenciados e tipicamente privados.
Se considerar uma análise do BREAK EVEN POINT (ponto de equilíbrio- indicativo de lucro máximo) de cada companhia (TAAG E TAP), ficaría evidente qual empresa mandará no bolo da receita gerada pela fusão, confirmada pela maior margem de contribuição e maior operacionalidade das rotas/escalas operacionais em relação a Taag.
A empresa angolana por enfrentar ausência de concorrência, a torna imune a comparações com prováveis players locais,devido ao porte, escala e dimensão, o que a torna monopolista dos serviços aéreos no mercado angolano pela capacidade em poder 'ditar' preços dos serviços sem qualquer concorrência ameaçadora. A verdadeira margem de contribuição serviços permanecem desconhecidas, sendo difícil 'auferir' quantitativamente qual seria o "peso" da Taag nas receitas auferidas com a fusão, além de qual a verdadeira capacidade de mudanças dada a nova realidade.
Naturalmente a TAP por apresentar uma margem de contribuição conhecida e relativamente superior, apresenta-se como a maior favorecida na negociação, podendo se transformar facilmente em líder dominadora na gestão da estratégia pela produtividade, escalas. Além da maior eficiência na gestão de custos e melhores resultados comparativamente a Taag, a TAP poderá ditar as regras do jogo no mercado angolano, tornando-se numa excelente alternativa para a melhoria do posicionamento atual de caixa atualmente em dificuldades.
De modo geral o benefício maior se daria para as contas públicas portuguesas, através dos lucros expressos em cada final exercício anual vai mercado angolano, justificado na 'potencialização' e/ou amplificação das rotas, redução de custos dada pelas economias de escala externas e internas, e pela eficiência marginal do capital expressa no retorno do capital investido.
Por sua vez o maior benefício do consumidor angolano, poderia estar expresso na melhoria dos serviços prestados, se comparados aos atuais da TAAG, porém, inferiores ao verificado no mercado mundial ao potencial de " sinergia" dado ao setor, se comparado as potenciais empresas mundiais líderes interessadas no mercado angolano.
A transferência de KNOW-HOW se apresenta como principal fator de benefícios para o setor aéreo em si, porém não traduzido imediatamente em preços competitivos na manutenção e treinamento operacional no mercado angolano, devido aos custos elevados a incorrer com Marketing de serviços no posicionamento da empresa. Todo o processo demandaria tempo e mão de obra nacional qualificada ate atingir-se os feitos desejados, para operar como plantas mas eficientes, geralmente dotadas de alto complexidade tecnológica, que no meu ponto de vista poderia se traduzir em fortes necessidades de investimentos em educação e treinamento não contemplados no orçamento público.
De modo geral, o que efetivamente indica como solução para a fusão, é o modo como a gestão da crise que a companhia angolana atravessou durou para ser superada, sendo expressiva a forma como foi apoiada pela TAP e demais companhias para o cumprimento e extensão dos serviços por todo o continente dada determinações da IATA, surgindo daí a idéia de fusão para entre as companhias, como forma de superação da barreira imposta pela organização.
É importante citar de forma ilustrativa que a Tap se comparados ao setor mundial, apresenta ineficiências expressa na baixa qualidade dos serviços na produtividade na inovação dos procedimentos de comparado aos grandes PLAYERS mundiais. Este ponto mostra a ausência de sinergia positivas consideráveis e amplificadas em escalas surpreendentes para setor angolano em geral carecendo de apresentar vantagens expressivas que o mercado angolano carece no momento. Essa limitação pode ser entendida na observação da composição dos custos fixos e variáveis e margens de contribuição somadas na fusão entre ambas, ou seja, não surtirão em sinergia com diferencial expressivo para o mercado da região austral (vide mercado sul africano).
Portanto, a concretização da estratégia de fusão levaria ao estado Angolano "redimir-se" pela perda de rendimentos com a companhia, apenas mudando a sua posição de patrono estatal, para acionista de proporções inferiores, pelo "desacobertamento" aos custos subsidiados ,tranformando-o num acionista minoritário, o que me parece não se constituir numa alternativa factível do ponto de vista estratégico atual do Estado angolano se observado suas recentes intervenções no setor.
Nota-se uma grande preocupação do Estato em reposicionar a companhia a um patamar de serviços de qualidade abrangentes e direcionadas ao consumidor, as ações pela tentativa de serviços de customização via atendimento online, o que demonstra a tentativa de manutenção da gestão centralizada no setor público, mas direcionada as necessidades do consumidor.
Para TAP mas uma vez, seria um bom negócio pela oportunidade de ampliação e diversificação da composição do capital via fusão, que pode se traduzir em um fator amais de eliminação do risco sistêmico da companhia portuguesa nos serviços prestados ao mercado angolano, diferente de outras regiões em que atua.
A ampliação dos lucros da Tap com a fusão dar-se-ia via aumento nas operações, inibiria qualquer oportunidade de empresas angolanas menores atuarem em segmentos de serviços correlacionados, em detrimento do aumento decrescente de empregos diretos e indiretos, em função das estratégias se apresentarem com maximizadoras de lucros e minimizadoras de custos,demandando pessoal altamente qualificado aptos a assumir funções variadas, reduzindo drasticamente o número de empregos gerados.
De modo geral uma estratégia de fusão entre a TAAG e TAP, carece de se mostrar "eficiente" do ponto de vista econômico e financeiro, devido a existência de melhores opções no mercado mundial, que ofereceriam qualidade de serviços minimizadores de custos (sem necessidade de subsídios) em curto espaço de tempo, além do aparecimento de serviços equiparáveis aos serviços mundiais através da adoção de melhores práticas de segurança conforme regras da IATA . Porém, no meu ponto de vista a abertura gradual a concorrência para segmentos de rotas menores, o fomento para geração de oportunidades em segmentos correlacionados , poderia ser uma alternativa para o desenvolvimento e o aparecimento de novos players no mercado interno angolano, não descartando a necessidade de fortes investimentos por parte do estado na remodelação do setor habilitando serviços internacionais para novas companhias nacionais futuros mediante desempenho e abertura a concorrência, e conseqüente incentivo a ampliação da diversidade de serviços. Uma forma para o começo deste objetivo seria a criação de "marcas" nacionais leiloadas para empresas que apresentam altos investimentos de capital, ou abrir programas de financiamentos e facilidades na aquisição de máquinas e equipamentos pesados para o empresariado nacional, parte delas capitalizadas em bolsa de valores em alguns casos e 'ancoradas' financeiramente ao Estado como forma de dar credibilidade aos investimentos no mercado além de servir como fator de diversificação do risco sistêmico temporário, sendo importante tais empresas serem regidas por executivos profissionais e gestores financeiros e econômicos independentes.
Obrigado.
Paulo Jorge Burity - Economista
55 31 99413136
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Estimado Paulo,
ResponderExcluirObrigado por ser um leitor atento e contribuir para à elevação do Blog com a qualidade dos seus comentários, permitindo que o espaço além de reflexão possa ser também um espaço de pedagogia. Um Bom Ano Novo.
Um Abraço,
Miguel Blasco.